20080717
fa.vo.ri.tis.mo - S. m.
Tenho uma método muito pessoal de classificar as pessoas. Não todas, só pessoas que eu amo e tenho profunda admiração e respeito. Sinto-me à vontade para falar e sei que a pessoa sente-se à vontade para me falar, quando necessário. São aquelas poucas pessoas que me deixam meio fascinado, pessoas cujas vitórias, sucessos e projetos me são tão caros e importantes quanto os meus próprios, e os insucessos me chateiam igualmente. A quem eu quero contar coisas grandes, pequenas, importantes e as mais cretinas que eu posso conceber e vice-versa. Quero mostrar e discutir músicas, livros, filmes e idéias. São minhas pessoas favoritas.
É um favoritismo saudável, são favoritas frente à média populacional, sem parcialidade ou escolha. São apenas pessoas que me vêm à cabeça quando penso em pessoas e, que me vêm à cabeça agora quando penso sobre pessoas e, mais especificamente, pessoas favoritas. É uma coisa meio esquisita, difícil de definir. Não idolatro ou sobreponho. Somos pessoas diferentes e iguais, em tantos pontos, isso é uma constante. Mas é a mais fraca. Pareço-me com pelo menos uma centena de pessoas, ainda que cada um seja único. Identifico poucas pessoas que se destacam, assim.
Posso conhecer muitas pessoas e gostarei de algumas tantas e amarei outras poucas. Mas, pessoas que considero favoritas estão em uma escala menor.
Não posso definir uma escala de amor, mas são pessoas que eu amo com toda sinceridade. E é importante notar que não consigo mais namorar uma mulher que, de repente, percebo ser uma pessoa favorita. Absolutamente não consigo.
A única razão para me sentir compelido a não fazê-lo, imagino, é justamente por proteção. Não existe espaço para a paixão ou o desejo. O amor toda conta de tudo e, nos casos em que previamente houve a paixão, ela me parece tão pequena, insignificante e insuficiente que é substituída pelo amor, ainda que já houve um caso em que as propriedades foram mantidas e amplificadas.
Nos casos em que não houve um envolvimento prévio, que é onde se aplica a maior parte absoluta dos casos e, esses, sem restrição de idade, gênero, tempo ou distância, simplesmente amo a pessoa e a única expectativa, talvez requisito, é a sinceridade e honestidade recíprocas. Não é apenas isso, mas o restante é abstrato demais, ainda que demasiadamente significativo.
Não digo à todas as minhas pessoas favoritas que eu as amo. Muitas vezes não digo nem que elas são assim, minhas favoritas. Não muda muito as coisas, eu acho. Não sei fazer nada sem amar e sou redundante em amar, sem perceber. Devo ter muita sorte.