Eu sou mono.
Sou humano e movido por paixões.
Mono, mono, mono.
Não desligo nem me ligo
fico alheio, indiferente
apaixonado pelo amor
pela paixão
pela criação.
Não consigo evitar de
me manter indiferente aos
atos comezinhos e
aos assuntos de enchimento.
absorto em mim, em mono,
sou um monstro que soa como
muitos, simultaneamente,
de forma grotesca
talvez disforme, mas se digo,
digo não;
eu sou um monstro mono.
todos os sons partem de um único lugar
de uma única fonte
e, ainda que se identifique
aparentemente
mais e mais fontes,
o som é único e repetido em todas as caixas,
em todas as fontes.
Como um padrão
meu som é mono.
pode ser um defeito
ou uma característica
não sei apontar. De forma geral,
sou mono
e
não sei colocar menos energia e paixão
em qualquer coisa que eu faça.
E faço, crio, devoto e reproduzo,
com tentativas e erros,
ecos dessa paixão mono em mim.
E quando está, está completo.
Mantenho minhas fontes
e parto a novas criações.
Permaneço mono, mas
minhas paixões vão a estéreo.