20071116

"Planet Earth (I saw enough to make me cry on)"

   O Planeta Terra, o festival, foi incrível. Aliás, como eu comentei, eu fui ver o Devo e para o show do Devo eu cheguei, apenas. Vi depois o Kasabian, bandinha medíocre de show bobo e repetitivo. Não conhecia a banda e sinceramente, não senti a menor vontade de conhecer (Em 2005, com Kings of Leon foi justamente o oposto. Conhecia um pouco mais e não gostava muito. Vi ao vivo e achei muito bom!).


   O maior problema do Kasabian foi ter vindo depois do Devo. O Devo fez um show extremamente divertido, energético, fora de controle, imprevisível, lindo. Não cantaram Planet Earth como o título deste post implica ou como seria muito conveniente, dado o nome do evento mas cantaram muitas, muitas outras canções que todos queriam ouvir.


   Há muitas outras músicas que deveriam ter entrado, é claro. Mas eles fizeram um show de uma hora e tantos minutos, lá pelos idos de uma hora e quinze minutos. Longo para um festival com muitas outras bandas mas curto para uma banda como o Devo de tantas músicas boas.


   Retomando a comparação com o Kasabian, o problema foi ter visto senhores nos seus 60 anos pular e fazer um show com tanta energia, emoção e preocupação minutos antes de uma banda de rapazes muito mais jovens entrar, se colocar no palco, cantar e se limitar a gritar "Let me see your hands, Sao Paulooo" de tempos em tempos quando muito colocando as mãos para o alto também. Experiência de palco e etc, claro, faz diferença. Mas o problema é: Se você é apático uma vez, será sempre apático. E falando nisso, o show dos Strokes aqui, em 2005, uma das bandas responsáveis pelo "retorno do apático ao rock" fez um show que muitos reclamaram da altura do som (De onde eu estava o volume estava ótimo!) mas que mostrou que ser apático ou pouco empolgado ao palco pode muito bem ser um estilo e a base de um show extremamente divertido. O Kasabian pareceu apático a suas músicas, como quem não crê muito no que faz. Foi desconfortável.


   O Devo, por sua vez, brincou o tempo todo, conversou com o público, cantou, tocou, dançou. E o público, juntamente, cantou, dançou, gritou. Na terceira música eu já não tinha voz. Arrancava ganidos da garganta para saudar aquela banda que mostrava para essa nossa geração que música boa é música com alma. Que ter ideologia e visão crítica não é ser chato ou niilista. O Devo falou da floresta amazônica, durante o show. Provou teorias ("How many people tonight. The De-Evolution is real!" com a resposta de um massivo e sonoro IIÉÉÉÉÉÉ!, inclusive de mim) e mostrou como suas músicas ficam ainda melhores ao vivo!


   Em um dos exemplos mais divertidos, para mim, foi durante a canção Jocko Homo. A canção por si só já é genial quando diz coisas como "God made man but he used the monkey to do it. Apes in the plan, we're all here to prove it: I can walk like an ape, talk like an ape, I can do what a monkey can do. God made man but a monkey supplied the glue" mas no seu bordão é que as coisas pegam fogo. Basicamente, a banda faz uma pergunta e todos respondem em coro. "Are we not men? We are devo!", repetidas vezes, com variações silábicas. E assim foi no show, are we not men, we are devo, are we not men, d-e-v-o, are we not men, we are devo... Dado momento, continuando a canção, ao invés de Mark Mothersbaugh perguntar de novo "are we not men?", ele fez sons de macaco. E todos fizeram sons de macaco, repetindo. Duas, três vezes, aos berros. Parecia um culto, totalmente hipnótico, com pessoas gritando em resposta ao pastor. Já falei que foi incrível?


   As fotos que eu tirei ficaram com a duvidosa qualidade que se espera de um celular com câmera fotográfica. Gravei alguns pedaços de áudio e até um trechinho de vídeo durante "Peek-a-Boo", a segunda canção. Boas fotos podem ser vistas no site do festival e até vídeos das canções, o que comprovará muito do que eu disse aqui.



   O show do Devo encabeça, juntamente ao show do Iggy Pop e os Stooges, ocorrido no Claro Q É Rock, em 2005, como os melhores shows que eu já tive a oportunidade de ver. Agora, coincidência ou não, ambas bandas são bandas bem mais antigas do que a média que faz shows por aqui (E das que eu já vi) o que pode ou não ser uma espécie de "sinal dos tempos". Não costumo me perder em sessões de nostalgia ou sequer reclamo de bandas ou músicas novas. Mas tou pra ver uma banda mais recente que consiga fazer um show tão empolgante quanto o Devo ou o Iggy com os Stooges (The Hives, espero por vocês!).

20071110

Planeta Terra



   Hoje à noite acontece o Planeta Terra, do portal Terra. De fato, provavelmente já começou. Eu vou chegar um pouco mais tarde, pretendo ver o Devo.

   Porém, e isso tenho certeza, o festival fez com que muitos interessados sentirem-se estúpidos ao fazer uma busca no Google pois, quando o festival foi anunciado, todos perceberam como o nome do festival é, não por coincidência, intimamente ligado ao planeta Terra em que moramos.

   Atualmente, graças às tecnologias de magia negra e page clicks do Google, o Planeta Terra (festival) vem listado antes do Planeta Terra (mundo).

   Depois, impressões, aqui - ou não.

20071109

"Planeta Terror"

   Acabei de voltar de uma sessão de Planeta Terror.

   Não sei bem o que dizer ainda. Saí do cinema com uma impressão desagradável, de filmete medíocre. Honestamente, os filmes do Robert Rodriguez geralmente me deixam com essa impressão. Sin City eu achei uma bobagem, muito quadrinho e pouco cinema. E analisando agora, Planeta Terror sofre de um mesmo mal: O estilo se sobrepõe ao conteúdo. Em Sin City, o estilo incrivelmente fiel aos quadrinhos foi seu único mérito e seu grande defeito. Quadrinhos não são cinema e vice-versa. Cada mídia tem suas características próprias e a narrativa de uma nem sempre se encaixa exatamente na outra. Em Planeta Terror isso não precisaria ser um problema uma vez que é um filme que homenageia tantos outros, ou seja, tá tudo já meio que pronto.

   Mas Robert Rodriguez conseguiu inclusive diminuir o gênero em algo raso e pouco interessante. Quando li uma primeira crítica do filme, citaram A Noite dos Mortos Vivos. Citaram que Planeta Terror não vai além disso e etc. O que prova ser uma besteira gigantesca. O filme sequer se aproxima do filme do Romero. Novamente, o estilo se sobrepôs ao conteúdo: Houve tamanha preocupação com como os filmes pareciam naquela época, como eram os enquadramentos e os travellings, as cores, a sujeira na película, as falhas aqui e ali, a música, enfim, tudo o que caracterizaria um filme mais do tipo B que o filme em si soa menos interessante. O problema é que toda a estética adotada funciona, e funciona muito bem, nos primeiros minutos de filme. É divertido ver as manchas aqui e ali, o trailer falso em som tipo Mono exibido antes do filme, os movimentos desnecessários, as atuações excessivas de alguns coadjuvantes, o gore e sangue extremamente falsos e muito divertidos. Porém, passados esses minutos iniciais, a novidade acaba, para nós. Mas não para Robert Rodriguez. Para Robert Rodriguez isso nunca é demais. E o filme se encerra nisso.

   Daí, com exceção disso, tudo fica meio assim, com clima de displicência, pouco caso mesmo. O ritmo do filme é irregular e o mais assustador do filme foi o fato de eu ter notado que em muitos momentos eu estava entediado no cinema. Durante um filme de zumbis e ação. Considerando como eu aprecio filmes de zumbis - tanto os lentos como os rápidos - e como eu esperava por esse filme, achei estranho.

   Pomba, até meu desktop tá com o papel de parede do Planeta Terror:

Eu, muito feliz, aguardando a estréia do Planeta Terror.


   Daí entra aquela questão: "Oras, você estava ansioso, com expectativas em alta e elas não foram supridas, acontece". O problema é que minha única expectativa era me divertir e ver sangue falso e algumas explosões na tela. Por esse lado, realmente, foi tudo ok mas o problema do filme é esse ritmo irregular, mesmo. E como lida com muitos personagens o tempo todo, sem nenhuma profundidade ou sutilezas, você freqüentemente se pergunta por que diabos eles cortou a história ali e mudou para o outro personagem ou coisa do gênero. Ironicamente, essa cartilha de corte + corte + corte = filme dinâmico não funcionou, e o filme dependia muito disso. Aí a história parece estar sempre perdendo o foco, o que o faz perder o foco, por conseqüência.

   Apesar de tudo, o filme não é uma merda. É um médio-bom, no máximo. Não acho que o filme recrie os filmes dos gêneros apresentados com tanta fidelidade mas sequer consegue encontrar sua própria voz. Um colega me disse que "O filme não quer ensinar nada, só quer divertir e para isso, ele o faz com louvor". Não esperava lições de vida em um filme chamado Planeta Terror nem acho que um filme precisa ensinar algo para ter algum valor. A mensagem do filme é clara e pouco aproveitada, eu acredito. Vale a pena por algumas seqüências muito boas e muito divertidas mas a impressão geral não é tão divertida. Com Kill Bill Vol. 1, que também se propõe a divertir somente, eu saí do cinema andando nas nuvens. Repeti a dose no cinema, na época tinha o filme gravado em um porco VCD (Duplo!) e atualmente o possuo em DVD. E continuo achando extremamente divertido e sensacional. Não sei se com o passar do tempo eu vou acabar gostando mais de Planeta Terror. No cinema não pretendo rever, certamente. Um lançamento em DVD ganha minha locação, já. Pode ser que no televisor tudo pareça mais interessante, quem sabe?

   Agora é só aguardar o lançamento de À Prova de Morte, do Tarantino que todo mundo que já viu, crítico de cinema ou não, diz que é melhor e etc. Eu aguardava com mais interesse para assistir ao Planeta Terror, por causa do tema tão apetitoso ainda que sempre tive meus problemas com o Rodriguez. No momento, em questão de expectativas, eu diria que há um empate.

20071107

Como as coisas funcionam!

   O site Howstuffworks apresenta artigos que mostra como as coisas funcionam, literalmente. Eles dizem que é para você aprender como "tudo" funciona. Um dos meus artigos favoritos é, definitivamente o que explica como os Zumbis funcionam. Na parte de ciência.

   Na página 4, uma das mais úteis, o site apresenta dicas para o "Zombie Self-Defense" e como evitar os erros mais comuns.

   Entre os erros, o mais justo: Deixar sentimentos e argumentos ficarem na frente da sua sobrevivência.

   Aliás, todos os artigos do dito "Canal Sobrenatural" do site são incríveis, ainda que não tenha lido todos ainda. Os títulos vão desde "Os animais podem pressentir a morte?" até o Chupacabras, além de como o Déja Vu, Mummies e Nirvana funcionam, o que deve ser interessante para essa moçada que tá a fim de montar uma banda grunge ou uma dupla meio merda brasileira.