20080101

REVEILÃO

Já passou.

E este é o primeiro post no primeiro dia do ano. Onde passei o meu? Na praia. Sim, a mesma "praia" que quem me conhece pessoalmente já me ouviu reclamar de, sobre e pela. Não gosto do sol tanto assim mas contornei isso com aplicações de protetor solar e o uso permanente dos óculos escuros, driblando o excesso de claridade que me incomoda muito. Já fico meio cego. Não quero, absolutamente, ficar meio cego e com dor de cabeça por causa do sol e pronto.

Altos e baixos. Tenho bolhas nos pés causados pelo chinelo. Devo ser a única pessoa a ter bolhas que ficam perfeitamente escondidas atrás das tiras de um par de Havaianas. E não falo daqueles chinelos meio sandálias ou "papetes" mas só as Havaianas comuns que estão pelo mundo todo, hoje em dia. As que me causaram as bolhas são azuis. Elas ficam invisíveis quando estou calçado porém, bolhas não precisam ser vistas para serem sentidas.

O que não fica escondido são as marcas de picadas de pernilongos. Eu estava quase certo de que os pernilongos estavam extintos ou em franca decadência. Ultimamente, quando e se um pernilongo aparece no meu quarto no meio da noite, e só nas noites de calor monstruoso, é um. Eu me escondo sob os lençóis e só o escuto zunir ao meu redor para então desistir dessa vida e provavelmente escolher formas mais saudáveis de alimentação. Mas lá, na praia, não. Fora de brincadeira, estou com marcas iguais às de catapora pelos pés e pernas e, em menor escala, nos braços. Acho que perdi um terço do meu sangue para aqueles insetos caiçaras.

Apesar de boas exposições ao sol, não estou bronzeado. Não que eu tenha notado, claro. E não exagerei, utilizei um protetor solar com FPS 30 porém, isso é boa. Qualquer outra tentativa de bronzeamento sem protetor solar só me ocasionaram queimaduras horríveis, vermelhas, disformes e irregulares pelo corpo. Sabe aquele estereótipo de turista? Bingo.

Aí, sem isso tudo eu jamais teria tido momentos como a bela manhã do último dia de 2007, sentado à sombra, na praia, olhando o mar e tomando seguidos sucos de laranja gelados com minha grande amiga Guadalupe, entre gargalhadas e a surpreendente constatação de como a praia pode ser um lugar muito agradável.

E sim, pulei as sete ondas num pé só (o pé direito), quase tombando por conta da maré, numa mistura muito divertida de euforia e preocupação. Eu tinha deixado meus documentos numa bolsa na praia para não estragar com a água e se eu me afogasse seria enterrado como indigente. Enterrado como indigente na praia, no litoral, longe da minha adorada civilização, do doce cheiro de poluição e das pessoas desbotadas por viverem tempo demais fechadas em casa. Aí não dava.