Dois mil e oito começou e estava tudo bem, tudo ótimo.
Então, na manhã de sábado me bateu:
Caralho, é o ano do meu TCC. Caralho, caralho, caralho, ca-ra-lho.
Não vou ter tempo para nada, para ler, para ver filmes, para fazer absolutamente nada. É o TCC, droga. Lerei alguns livros e verei alguns filmes eventualmente mas com certeza estarei tão enterrado até o pescoço para dar conta do TCC que eu vou ler menos e ver menos filmes do que gostaria.
E referências? Por deus, as referências! Preciso ver mais filmes e ler mais livros ainda para conseguir solidificar um pouco as referências que pretendo utilizar no meu TCC! Sei de alguns títulos mas preciso de tantos outros! E não posso pegar livros em bibliotecas porque devo nas que eu conheço, incluindo da faculdade. Na faculdade é dinheiro. Na rede municipal, eu não poderei alugar livros pelo mesmo tempo que eu levei para entregar, em atraso. No momento, esse débito é de aproximadamente dois anos, sete meses e seis dias (e contando!).
Preciso terminar de escrever os personagens para poder escrever o roteiro! E preciso postar aqui no blogue alguns contos que escrevi. Já estamos em dois mil e oito! DOISMILEOITO. Janeiro e contando. E correndo. E contando.
E isso é um exemplo de como uma pessoa pode ter um treco antes de completar trinta anos.
A idéia é me organizar AGORA para estar menos estressado DEPOIS. O durante TCC vai ser assustador, aqueles mergulhos neuróticos, noites mal dormidas, cabeça rodando e fervendo o tempo todo.
É sério, preciso aprender a controlar isso. A me organizar melhor. Não digo separar as coisas porque isso é impossível. Tenho um ciclo constante durante os períodos de trabalho que inclui minhas raras horas de sono, usando sem nenhum pudor, meus sonhos como meio para continuar o desenvolvimento. Muitas vezes é concreto e chato. Um sonho que imita a realidade, pouco sonho. Muitas vezes é a idéia em si, é o acontecimento. Gosto de ambos. Os primeiros são objetivos, como check lists mentais, uma maneira de simplesmente expandir as idéias que já surgiram e dali, acordar, reescrever o que eu conseguir lembrar e dar continuidade. Os outros são mais sutis e provocantes. São mais típicos no campo de sonhos, uma versão atípica da vida. Acordo com as imagens me rodeando e elas são sempre tão úteis que de forma alguma eu gostaria de separá-los de quaisquer outras coisas.
O TCC é esse momento que eu aguardo com muita ansiedade desde o começo do curso. Porém, por experiências com TCCs alheios, tudo parece incrivelmente plausível e assustadoramente excitante, uma roleta violenta de emoções, em ação
nesse momento.