Elizabeth era uma mulher bem à frente de sua época.
Ela não se sujeitava a nenhum homem. Tinha apenas um amor. Se dava ao luxo de escolher um homem e amá-lo, mesmo que secretamente. Seu nome era Charles.
Mesmo solteira, Elizabeth mudou-se para um apartamento só seu em 1932, bem longe do chão. Era algo bastante incomum à época, porém era o que Elizabeth queria. E assim ela o fez.
Ela já vivia lá há cerca de um ano quando se ouviu de uma nova atração. Algo revolucionário. Único. Todos na cidade estavam em polvorosa, afinal, era um espetáculo de um famoso e dito louco diretor.
Os ingressos eram concorridos e Charles conseguiu um par de ingressos. Elizabeth ficou profundamente lisonjeada por ter sido "escolhida" por Charles para acompanhá-lo em tal evento. Porém, seu lado independente falou mais alto. E bem mais alto. Antes de Charles terminar suas palavras, "É a oitava maravilh--", recusou o convite e disse que se ela quisesse ir nesses eventos popularescos, ela iria por si só.
Pela cabeça de Charles passou algo como "sutiãs queimados" e se despedindo, entrou no elevador.
Todos disseram para Elizabeth sair naquela noite. Sem exceções. Amigas, conhecidos, sua família. Todos. Elizabeth enfezou-se e disse que não sairia. Ela era uma mulher muito teimosa.
Por não ter nada melhor pra fazer, ela foi dormir mais cedo. Olhou para o relógio e pensou consigo "Nesse momento, deve estar começando o espetáculo e Charles deve estar com uma mulher qualquer, da vida". Entre seus pensamentos, Elizabeth adormeceu, rapidamente.
Foi despertada minutos depois com um barulho que vinha da rua. Em seguida, uma mão gigante entrou pela sua janela e a agarrou, puxando-a rapidamente para fora, aos gritos.
King Kong a olhou como se tentasse reconhecer a mulher por trás daqueles gritos desesperadamente assustados. Elizabeth se debatia na mão da criatura e por fim, King Kong viu que Elizabeth não era quem ele procurava.
E então ele a soltou, lançando-a para a morte.